Liberação dos reféns israelenses pelo Hamas

Liberação dos reféns israelenses: o dia em que a esperança voltou

Na manhã de 13 de outubro de 2025, o mundo testemunhou um momento carregado de emoção: os últimos 20 reféns israelenses vivos, mantidos pelo Hamas na Faixa de Gaza por quase dois anos, foram finalmente libertados.  A troca foi parte de um acordo de cessar-fogo mediado por potências internacionais e marca um capítulo dramático na longa história de conflito entre Israel e o Hamas.

Quando, onde e como se deu a captura

A captura desses reféns remonta ao dia 7 de outubro de 2023, durante um ataque surpresa coordenado pelo Hamas contra o sul de Israel. Na ocasião, militantes invadiram comunidades próximas à Faixa de Gaza, kibutzim e festivais, mataram centenas de civis e sequestraram cerca de 251 pessoas (israelenses e estrangeiros). Entre os eventos mais simbólicos, destaca-se a Massacre do Festival Nova, perto de Re’im, de onde foram sequestradas pessoas como Noa Argamani, vista em vídeo sendo levada à força. 

Os reféns foram levados para dentro da Faixa de Gaza, sob controle do Hamas, e mantidos em condições extremamente precárias. Com o avanço da guerra, disputas territoriais e bombardeios em Gaza dificultaram até mesmo localizá-los.

Liberação de Israelenses

O contexto histórico do conflito Israel–Hamas

Para entender essa liberação, é essencial recuar no tempo:

  • Desde a criação do Estado de Israel em 1948, a região vive disputas territoriais, eventos de expulsão, guerras e insurgências palestinas.
  • Em 2006, o Hamas venceu eleições na Palestina e assumiu, posteriormente, o controle de Gaza em 2007, entrando em conflito aberto com Israel e com o rival Fatah na Cisjordânia.
  • A Faixa de Gaza permaneceu sob bloqueios econômicos e cerco militar israelense, com ciclos periódicos de violência, ofensivas e cessar-fogos.
  • A partir da década de 2000, conflitos armados entre Israel e grupos em Gaza (Hamas, Jihad Islâmica e outros) geraram destruição, crise humanitária e morte de milhares de civis.
  • A captura de reféns e sua libertação já fariam parte de trocas anteriores (trocas de prisioneiros), como ocorreu desde os casos emblemáticos de Gilad Shalit (2011) até negociações recentes antes de 2023.
  • O ataque de 7 de outubro de 2023 foi considerado uma escalada dramática, com centenas de mortes e centenas de reféns, envolvendo gravidade pouco vista até então. 
  • Nos anos seguintes, negociações intermitentes tentaram libertar reféns, mas a guerra entre Israel e o Hamas intensificou-se, com bombardeios massivos, incursões terrestres israelenses em Gaza e enormes perdas civis palestinas. 

Esse contexto faz da liberação algo mais que simbólico: representa uma trégua imposta por desgaste, pressões internacionais e a necessidade de reconfigurar um papel diplomático mais amplo para o conflito.

A troca: como foi alcançada a libertação

O acordo foi articulado sob a mediação de Estados Unidos, Egito, Qatar e Turquia.  Israel concordou com a libertação de cerca de 1.900 prisioneiros palestinos — muitos detidos pelo regime israelense — como parte do acordo de cessar-fogo.  Em contrapartida, o Hamas entregou os reféns à Cruz Vermelha em pontos de encontro no sul de Gaza, como Khan Younis, sob escolta internacional. 

Dos 48 reféns remanescentes antes do acordo, estima-se que 26 estavam mortos, cujos corpos seriam entregues posteriormente, e 20 viviam, embora o destino de alguns ainda permanecesse incerto até a confirmação da troca. O processo de repatriação envolveu verificação de identidade, cuidados médicos imediatos e reencontros familiares emocionantes.

A fala do presidente americano: “A guerra acabou”

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, chegou a Israel para presenciar a liberação dos reféns e fez um discurso histórico na Knesset (parlamento israelense).  Em seu pronunciamento, ele declarou com convicção que “a guerra está encerrada” e celebrou a libertação como um marco de “novo amanhecer no Oriente Médio”.  Trump enfatizou que os Estados Unidos e Israel haviam alcançado “vitória definitiva” ao resgatar os reféns e que a paz agora deveria ser construída. 

Em seu discurso, ele também pediu desmantelamento militar do Hamas, afirmou que Israel deve garantir segurança e convidou para um plano mais amplo de reconstrução e estabilização da Gaza.  Também fez elogios ao primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu, pediu perdão para ele e disse que este momento será lembrado como decisivo para a paz no Oriente Médio.

Reflexões finais: entre alívio e incertezas

A liberação dos reféns desencadeou uma onda de alívio e júbilo em Israel. Milhares se reuniram na chamada Hostages Square, em Tel Aviv, para acompanhar a chegada dos resgatados.  Lágrimas, abraços e cânticos de alegria marcaram o momento. 

Mas as incertezas persistem:

  • O destino dos corpos dos reféns mortos e sua entrega completa ainda está em negociação. 
  • O papel futuro do Hamas em Gaza, e se ele permanecerá armado, é ponto de tensão.
  • A reconstrução da Faixa de Gaza, devastada por bombardeios, ainda requer coordenação humanitária e política.
  • A sustentação do cessar-fogo dependerá da vigilância internacional e do compromisso dos envolvidos.

Em suma, a liberação dos reféns israelenses representa uma virada simbólica e diplomática, mas não encerra o conflito. Resta agora transformar o momento em uma base real para paz, dignidade e reconstrução.

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